quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Filmes que você não pode deixar de ver! 17. A Menina no País das Maravilhas

17. A Menina no País das Maravilhas - Phoebe in Wonderland, 2008, USA
Direção e Roteiro: Daniel Barnz. Elenco: Elle Fanning (Phoebe Lichten), Felicity Huffman (Hillary Lichten), Bill Pullman (Peter Lichten), Patricia Clarkson (Miss Dodger), Campbell Scott (Diretor Davis), Ian Colletti (Jamie).

O filme conta a história de Phoebe, uma menina de 9 anos (Elle Fanning, irmã mais nova da Dakota) que, aparentemente, tem transtorno obsessivo-compulsivo. Os sintomas estão em lavar as mãos até que sangrem, não pisar nas linhas do chão e falar o que vem a cabeça, sem pensar. Um fantástico filme que retrata as dificuldades de uma menina para descobrir e entender o que se passa de errado consigo. Phoebe tem compulsões e muita ansiedade. É rejeitada pelos colegas de classe por causa de seus comportamentos estranhos e se isola em fantasias. Seu maior desejo é participar da peça teatral da escola, Alice no País das Maravilhas, seu conto preferido. Com o stress e as dificuldades de controle de Phoebe aumentando, os pais tentam ajudá-la, sem muito entender o que está se passando.
Tudo isso acontece no mesmo momento em que a mãe de Phoebe trabalha em sua dissertação que, não por acaso, é sobre o famoso livro de Lewis Carroll.



A obra “Alice no País das Maravilhas”, já rendeu muitas adaptações para cinema e TV. Por sinal, a estréia da versão de Tim Burton ocorreu em março passado. Porém, obras nas quais Alice não é a personagem principal existem. E é o caso de “A Menina no País das Maravilhas”.

Alice tem um papel importante na vida de Phoebe, e quando a professora de teatro (Patricia Clarkson, excelente no papel) decide fazer uma montagem teatral de Alice, a menina resolve fazer um teste para o papel principal, conquistando-o. No palco, os sintomas da doença de Phoebe desaparecem, e ela se mostra uma ótima atriz.
No entanto, o seu comportamento fora do palco não é dos melhores, e depois de alguns incidentes, o diretor da escola resolve tirar Phoebe da peça. O que só piora a situação. A mãe dela fala com o diretor e a professora e consegue que ela volte ao papel de Alice, mas outro incidente faz com que a professora seja demitida. Phoebe toma o controle da peça e encoraja os coleguinhas a seguirem ensaiando.
O filme acaba com a descoberta da real doença de Phoebe, chamada Síndrome de Tourette. A peça é encenada com sucesso e a menina aparece explicando para a turma sobre sua doença, que não tem cura, e pedindo que todos compreendam o seu comportamento, Phoebe fala nomes feios e maltrata verbalmente as pessoas, dentre outras estereotipias e manias.

O filme, dirigido por Daniel Barnz e com Bill Pullman no elenco foi apresentado na competição dramática do festival de Sundance, em 2008. É uma história engraçada e emocionante, com cenas de fantasia, com vários personagens de Alice. Ótimas atuações de todo o elenco, com destaque para a pequena Elle Fanning que, como a irmã mais velha, já se prova uma talentosa atriz, e para Patricia Clarkson, que está memorável no papel da professora de teatro. Vale muito a pena entrar no país de maravilhas de Phoebe. 

Síndrome de Tourette:  
 
A síndrome de Tourette ou síndrome de la Tourette, também referida como SGT ou ST, é uma desordem neurológica ou neuroquímica cacterizada por  tiques, reações rápidas, movimentos repentinos (espasmos) ou vocalizações que ocorrem repetidamente da mesma maneira. Esses tiques motores e vocais mudam constantemente de intensidade e não existem duas pessoas no mundo que apresentem os mesmos sintomas. A maioria das pessoas afectadas são do sexo masculino.
A doença foi descrita pela primeira vez em  1825, pelo médico francês Jean Itard. Mais tarde, em 1885, Gilles de La Tourette publicou um relato de nove casos da doença, que denominou maladie des tics convulsifs avec coprolalie ("doença dos tiques convulsivos com coprolalia”). Posteriormente a doença foi renomeada "doença de Gilles de la Tourette", por Charcot, o influente diretor da Salpêtrière. (Fonte Wikipedia)

Veja o trailer abaixo:
         

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

ECSTASY: DROGA DA EMPATIA X AUTISMO


Ecstasy: empatogênico ou pílula do amor?

O ecstasy, ou metilenodioximetanfetamina (MDMA) aumenta os sentimentos relacionados à empatia e conexão social. Esses efeitos “empatogênicos” sugerem que o ecstasy possa vir a ser útil no tratamento de psicoterapia de pessoas com dificuldade para se relacionar com os outras, como as pessoas que sofrem de autismo, esquizofrenia ou transtorno de personalidade anti-social.

No entanto, tem sido difícil medir esses efeitos objetivamente e há poucas pesquisas realizadas com humanos. Agora, porém, pesquisadores da Universidade de Chicago, financiados pelo Instituto Nacional de Abuso de Drogas, relataram suas descobertas na edição de dezembro de 2010 da revista Biological Psychiatry.

Dr. Gillinder Bedi, autor do estudo, explicou: “Nós descobrimos que o ecstasy produzia simpatia, ludicidade e sentimentos amorosos até mesmo quando administrado a pessoas no laboratório sem qualquer contato social.Também descobrimos que o ecstasy provoca uma redução na capacidade das pessoas de reconhecer expressões faciais de medo nas outras.”

Esses dados sugerem que o ecstasy produz efeitos que tornam os outros mais atraentes e amigáveis, o que serve como um importante motivador para usá-lo como droga recreativa. E ele também faz com que a outra pessoa pareça menos ameaçadora, o que pode aumentar os riscos de quem o ingere.

“Dentro do contexto de tratamento, esses efeitos podem promover a intimidade entre pessoas que têm dificuldade de se relacionar com outras”, observou o Dr. John Krystal, editor da Biological Psychiatry. “No entanto, o ecstasy distorce a percepção que você tem de outra pessoa em vez de produzir uma empatia verdadeira. Além disso, o ecstasy pode causar problemas se levar as pessoas a interpretarem mal o estado emocional e até mesmo a intenção dos outros”.

Certamente, mais pesquisas devem ser realizadas antes de se considerar o uso da droga como tratamento psicoterapêutico. Mas, o estudo em questão também sublinhou a necessidade de entendermos mais sobre as formas que as diferentes drogas afetam as experiências sociais, uma vez que as drogas são comumente usadas nesses ambientes.

Fonte: UOL 

domingo, 12 de dezembro de 2010

NOVO EXAME CONSEGUE IDENTIFICAR AUTISMO EM 10 MINUTOS

O teste, desenvolvido nos EUA, utiliza um aparelho de ressonância magnética

Em exames com 60 pessoas, entre sete e 26 anos, a eficiência foi de 95%.

Em apenas 10 minutos já é possível dizer se uma criança tem autismo, graças a um novo exame desenvolvido por cientistas americanos. O teste, que usa um aparelho de ressonância magnética comum, possibilita um diagnóstico cada vez mais precoce. A expectativa é que ele esteja disponível nos hospitais em cinco anos. 
A um custo de 266 reais por paciente, o método apresenta uma precisão de 95%. Mostrando como diferentes partes do cérebro se comunicam, ele deve substituir a exaustiva série de exames tradicionais a que psicólogos, psiquiatras e neurologistas submetem as crianças atualmente - e que mesmo assim podem levar anos para chegar a uma conclusão.
Pessoas autistas têm conexões mais fracas entre diferentes partes do cérebro, o que resulta em lentidão no aprendizado e problemas de comunicação e comportamento. O exame desenvolvido em Harvard mostra como moléculas de água viajam pelas conexões cerebrais. Com esse dado, os médicos são capazes de dizer se o paciente tem um cérebro autista ou não.

Eficiência - Os pesquisadores afirmam que ainda é preciso realizar mais testes para comprovar se o exame é realmente eficiente, mas estão otimistas. Em exames com 60 pessoas, entre sete e 26 anos, a eficiência foi de 95%. "O paciente mais jovem que testamos tinha 7 anos, mas estamos realizando testes em crianças de três”, diz Nicholas Lange, da Harvard Medical School.
Além da rapidez no diagnóstico, o exame pode contribuir também para o tratamento que, conforme já se sabe, precisa começar o quanto antes para dar resultados satisfatórios. Atualmente, há um caso de autismo no mundo para cada grupo de 100 pessoas.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

SELO - BLOG SPÉCIALE

Que delícia ganhar presentes!

Ganhei esse SELO da minha amiga Carolina Câmara, Psicóloga e que tem um Blog muito gostoso de ler e com muitas informações legais.
Carolina tem paralisia cerebral e trabalha como terapeuta atuando na inclusão de pessoas com deficiência em atividades sociais. Ela também faz atendimentos online, visando acolher quem necessita de terapia mas tem dificuldades de mobilidade. Não para por aí não! Carolina também trabalha com famílias de pessoas com deficiência, ajudando-as a encarar as diferentes situações da vida cotidiana.



Bem, a regra é repassar esse "SELINHO" para 10 Blogs bem especiais. Aí vai minha lista:

São 10 Blogs que valem a pena dar um click e conferir.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O ARTISTA FILIPE.

Geralmente as pessoas olham primeiro para a deficiência de Filipe. Mas ele tem sua arte que é ímpar, uma arte que mostra o seu mundo interior, como uma incursão naquilo que ele vê.

 









Filipe tem autismo e sua mãe Ray gostaria que antes de olharem sua deficiência, pudessem ver primeiro a sua arte e assim anular sua deficiência. Para isso Ray criou um Blog bem legal, cheio de informações super atuais  BLOG DO ARTEAUTISMO  e o site  ARTEAUTISMO onde se pode ver muitas de suas obras de arte.
Não deixem de visitar.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

CLAMOR DE UMA CRIANÇA CEGA - Ensina-me a ser independente!

Costumo utilizar esse texto para trabalhar com pais de crianças cegas. É um texto maravilhoso e expressa as principais necessidades de aprendizagem da criança que não pode ver. o texto original é em inglês, contudo foi traduzido para o português de Portugal o que dificulta o trabalho com os pais. Adaptei-o à realidade brasileira e ao português falado aqui.


Sherry Gaynor

Texto traduzido para o português de Portugal por Maria Josefina V. C. Ramos, Centro de Produção de Material, CRSS, Lisboa, 1995. Texto disponível em http://deficienciavisual.com.sapo.pt/txt-ensiname.htm

Adaptação própria para o português do Brasil por Mariza Helena Machado, 2007.


Ensina-me a ser independente! Ensina-me a fazer as coisas por mim - a pensar e tomar as minhas próprias decisões. Ajuda-me a decidir por mim! Ajuda-me a controlar a minha vida, porque mais tarde ou mais cedo... vou ter que ser EU!

Ensina-me a ouvir! Ensina-me quais os sons que existem em casa: a água a correr, a chaleira que ferve, os ramos das árvores que batem nas janelas, o ronronar do gatinho, uma carta de baralho a cair, os sons estranhos de um aerosol, o barulho da geladeira. Quando os sons se misturam todos, ajuda-me a distingui-los!

Ensina-me a ouvir cuidadosamente! Avalie se eu consigo dizer se os sons estão perto ou longe. Ajude-me a saber quais sons são perigosos e quais não são. O que é que está a tilintar? De onde vem aquele barulho? A porta está fechada ou aberta? Se eu ouvir bem, ajuda-me a me mover facilmente. Preciso de ouvidos muito grandes!!!

Ensina-me as relações espaciais! Isto é, as relações do meu corpo com as coisas à minha volta. A que distância de mim está o abajur? Onde está o abajur? Posso pegar no copo sem o deixar cair? Dá-me orientações precisas para que eu possa deslocar-me para as coisas que estão longe. Onde estou? Onde estás?

Posso andar em casa sozinho se as passagens para os cômodos estiverem desimpedidas e se não deixarem coisas espalhadas no chão! Quando engatinhava e encontrava coisas à minha volta... era muito bom... mas agora levo um susto tremendo se tropeço nos sapatos do papai!
Tenho que andar pelos meus pés. Preciso saber quando tenho que virar à esquerda ou à direita. Preciso tatear pelas paredes para poder perceber o tamanho e o nome das coisas. Provavelmente levarei mais tempo do que se me levares com você, mas tenho que começar a praticar já para poder treinar durante o tempo em que está ocupada.

Não digas "aqui" ou "ali". É muito difícil saber onde o "aqui" e o "ali" estão, pois não posso ver! Use palavras que digam realmente onde estão as coisas e para onde vou: "Coloque o livro na mesa da sala de jantar!"; "Vem para o quarto e ajuda-me a arrumar os teus brinquedos!"
Lembras-te? Preciso recordar muitas coisas: onde é o meu quarto, onde deixei as calças, a que distância ficaram, o que fiz ontem. Como não posso ver tenho de aprender a recordar melhor do que você. Então, pergunta-me sempre tudo!

Converse muito comigo. Preciso ouvir os nomes das coisas que tenho à minha volta: armários, mesas, portas. Não tenha medo de usar muitas palavras para descrever as coisas. Preciso ouvi-las para poder perceber como se juntam e quando se usam. Fala comigo quando estou ajoelhado, quando estou a saltar, quando me comporto mal. Dê-me instruções precisas: " Vá sempre em frente!"; " Agora são 5 degraus" ; " Vire à direita!"

Coloca-me ao teu lado enquanto faz os trabalhos domésticos. Fala comigo e mostre-me o que está fazendo: quando estende a roupa, limpa o pó, a geladeira ou lava as janelas. Deixe-me tocar e participar daquilo que está a fazer, para eu começar também a ser auto-suficiente. Deixe-me sempre tentar fazer as coisas!

Eu posso ajudar!  Dê-me trabalhos domésticos para fazer: posso ser eu a levar a minha roupa para o cesto da roupa suja, posso pôr a mesa, tirar os pratos e lavá-los. Preciso da tua ajuda para perceber que os pratos não são todos iguais. Diz-me porquê! Explica-me!
Diga-me o que está cozinhando e deixa-me ajudar-te. Posso ser eu a colocar os ingredientes na tigela depois que você os separou para mim. Posso mexer com a colher se me ajudares a praticar. Que utensílios se usam? Para que servem? Vamos cozinhar!
Gostos, cheiros, texturas. Não se esqueças de me dizer o que estou comendo. Diga-me também o que estou a saborear: os picles são doces ou azedos? A geléia é macia e pode ser de laranja, morango ou limão. A carne pode ser de vaca, de porco ou de galinha. As coisas que se comem podem ser duras, granuladas, doces, etc.
Deixe-me comer com os dedos! Provarei mais alimentos se os comer dessa maneira. Cachorros quentes, frango, churrasco, batatas fritas... mesmo alhos ou cebolas! É tudo tão diferente!

Deixa-me brincar com "porcarias". Ajude-me a meter as mãos na massa, a fazer hambúrgueres, a fazer bolos... A minha primeira reação pode ser de resistir, mas encoraja-me! Não desistas! Poderei vir a gostar!

Preciso fazer comparações. Não só comparações de bolas, brinquedos e cubos, mas também de coisas do dia-a-dia. Ensine-me que os sapatos do papai são maiores que os meus; que você é maior que eu. Preciso tocar na minha cadeira para sentir que é menor que a sua. As panelas também têm tamanhos diferentes: a pequena cabe dentro da grande, mas não se faz o contrário!

Brinca comigo. Dá-me clipes, botões, tampas. Misture-os e depois me peça os botões. Misture as roupas do papai com as minhas e depois me pede as do papai!

Leia muito para mim. Isso me dá uma sensação de proximidade do teu calor, a tua atenção é só para mim! Adoro ouvir as tuas palavras e aprenderei a dizê-las mais tarde. Ler alto ensina-me a gostar de livros e de ler. Mostra-me alguns livros em braille para eu poder sentir aquilo que tenho que aprender. Descreve-me as imagens. Pergunta-me coisas e responde-me a tudo! Ler é tão interessante!
Tire algum do teu tempo para leres para mim. Gosto de ouvir. Quanto mais ouvir, mais aprenderei também. Se disseres palavras que ainda não entendo, explica-me o seu significado.  Anedotas, revistas, poemas, romances.  Algumas histórias são ficção, outras são verdadeiras... ensina-me quais são o quê! Ler, ouvir, aprender.

Brinca comigo de "faz de conta". Finge que você é o bebê e eu o papai ou a mamãe. Use os alimentos da cozinha e finge que estamos numa loja e que sou eu quem vai às compras. Faça me imaginar ser um macaco e ensina-me a saltar e a pular, ou a nadar como um jacaré!
Preciso e posso brincar sozinho. Preciso só que vá buscar os meus brinquedos. Posso pôr os meus cds. Posso colar papéis, porque já aprendi a mexer na cola. Ajude-me a gostar de fazer coisas sozinho!

Gosto de recortar. Posso cortar muitos papéis e colá-los para formar um número ou uma letra. Posso sentir a madeira, o plástico, o papel - tantas texturas e formas!

Quando eu era pequenino tinha que me vestir. Agora que sou maior, preciso de saber vestir-me sozinho. Despir é mais fácil do que vestir!

Que horas são? Preciso saber as horas. E também se é manhã, tarde ou noite. Dê-me pistas sobre o que se faz nessas horas! Almoço antes da tarde, ir à escola de manhã, para a cama à noite. Ensina-me a acertar o relógio! Ontem! Que é  "ontem"? - "Ontem foi quando fomos à loja de sapatos, lembra-te?"

O que è a temperatura? 40º? Está calor lá fora! 2º? Brrrr! Que frio! Por vezes diga-me o que é quente, mas também diga-me que o forno está mais quente e me queima! Diga-me todos os dias a temperatura lá fora. Quente, frio.

Use um horário comigo. Isso me ajuda a sentir seguro se souber o que vou fazer a seguir. Não sejas rígida, mas é bom ter um horário para comer... para ir para a cama... Assim, já sei que há um tempo para certas coisas!
Ajuda-me a usar o telefone. Ensina-me a responder corretamente, quando toca. Ensina-me a desligá-lo. Se houver uma emergência, ensina-me o meu nome, o endereço e o número de telefone.

O que são bebês? Quando houver um bebê por perto, deixa-me pegá-lo também. Posso ajudar a dar-lhe a chupeta, posso brincar com ele, posso empurrar o carrinho. Faça-me sentir o que é uma família!

Quero ser forte.  Ajude-me a desenvolver a minha força. Dê-me coisas para puxar, empurrar, carregar. Atire-me bolas. Ajude-me a subir em árvores. Deixe-me usar todos os meus músculos!

Procure lugares e coisas para explorar. Caixas do correio, hidrantes, elevadores, escadas rolantes. Ensine-me a diferença entre subir e descer de um elevador. O mundo é uma aventura!

Quando estou com você no carro, fale comigo. Diga-me quais são os sons que ouço, se as estradas são de terra ou asfaltadas. Diga-me quando viramos à direita ou à esquerda, ou se vamos passar uma ponte ou um túnel. Se a janela está aberta, diga-me quais os cheiros que se sente: fumo, óleo, gasolina - todos eles ajudam a identificar onde estamos!

Leve-me às compras com você. Eu sei que consegue fazer as compras mais rapidamente sem mim, mas preciso conhecer as lojas e todos os tipos de compras. Diga-me os nomes e ajude-me a tirar as coisas das prateleiras. Se estão altas, levante-me para eu perceber onde estão. Só consigo aprender, se tocar nas coisas.
Não me coloque no carrinho do supermercado. Leve-me junto de ti, deixe-me cheirar e deslocar-me em direção à carne, aos congelados, ao pão. Fale-me das coisas em que estou a mexer, de como são diferentes umas das outras. Vamos às compras todas as semanas e não só de vez em quando!
Não compres sapatos nem roupa sem me levares. Leve-me contigo e deixe-me experimentar! Se os sapatos são muito grandes ou ficam apertados... não os quero! É tão importante a maneira como me sinto! São pretos? Castanhos? Fecham com velcro ou com cordões? O que é uma camisola? Uma cueca? Um pijama? Mostre-me as diferenças!

Leve-me com você ao médico ou ao dentista. As suas salas cheiram diferentemente de tudo o resto. As pessoas ali falam calmamente. Geralmente, há máquinas que fazem barulhos estranhos. Fale sempre o que vai acontecer e peça à enfermeira que me mostre os instrumentos. Habitue-me ao som do meu coração, ao levantar e ao baixar da cadeira do dentista, ao deitar na maca. Assim vou perdendo o medo e da próxima vez já estou habituado!

Leve-me à escola. Fale com os professores para me incluírem numa classe e poder brincar com as outras crianças.
Leve-me para a praia e deixe-me ir para a água. Cuide de mim, mas deixe que eu tente. Ajude-me a construir castelos na areia, a encher os baldinhos com areia, a apanhar conchas, a subir nas rochas, a atirar pedrinhas na água e a ouvir o "splash"! Deixe-me correr pela praia livremente!

Ensina-me a sentir seguro com os outros. Deixe-me ficar por uma noite na casa de um amigo ou parente. Faça-me sentir que vai voltar e que pode sair sem nada me acontecer. Ensina-me a depender de ti, dos outros e principalmente de MIM!

Deixa-me brincar com as outras crianças. Quero fazer o que os outros fazem! Quero brincar no pátio, correr, comprar doces! Também quero pertencer a uma "turma"!

Também faço anos. Faça me entender que meu aniversário está próximo. Deixe-me fazer festas e planejá-las. Ajude-me a convidar as outras crianças além dos meus primos e tios. Posso apagar as velas e adoro presentes.

Também tenho sentimentos. Fale-me dos sentimentos. Por vezes, preciso de ajuda para entendê-los. Se todos são amorosos comigo, tenho dificuldade em saber o que é: "zangado", "invejoso", "magoado", "contente" ou "triste"...

Não ignores a minha cegueira. Podes falar sobre a cegueira na minha frente. Posso entender a diferença. Se eu fizer algumas perguntas, explica-me o melhor que puderes.

Não desculpes o mau comportamento. Tal como qualquer criança, posso habituar-me a fazer só o que quero! Posso tornar-me facilmente um pequeno ditador! Não mostre favoritismo em relação a mim; tenho que fazer parte da família. Não desculpe sempre as minhas travessuras. Hoje é só mais um dia do resto da minha vida...!

Ajude-me a viver cada dia como um rei. Não te preocupes com os problemas que possam surgir! Resolve um de cada vez! Encoraja-me a experimentar coisas novas. Faça me sentir um membro da família. Orgulha-te de mim e do que faço. Ama-me!
Acima de tudo, ama-me! Haverá muitas coisas que esquecerás de fazer. E haverá outras que te dirão para fazer... mas o mais importante é amarem-me!

«Get a Wiggle on» Escrito por: Sherry Gaynor
Editado por: Lou Afonso - Michigan State University

domingo, 14 de novembro de 2010

Filmes que você não pode deixar de ver! 16. Temple Grandin

16. Temple Grandin, 2010, EUA

De: Mick Jackson, com Claire Danes, Catherine O'Hara ,Julia Ormond, David Strathairn, Charles Baker.

Sinopse: Filme biográfico da jovem autista, na verdade, asperger, Temple Grandin (Claire Danes), que tinha a sua maneira particular de ver o mundo. Se distanciou das pessoas, preferindo estar com os animais, mas chegou a conseguir, entre outras conquistas, a defender seu  pós-doutorado. Com uma percepção de vida totalmente diferenciada, dedicou-se aos animais e revolucionou os métodos de manejo do gado com técnicas que surpreenderam experientes criadores e ajudaram a indústria da pecuária americana.

Comentário: Quando o Emmy (Oscar da TV) começou na noite de 29 de agosto desse ano, o filme “Temple Grandin”, do diretor Mich Jackson, não era o preferido, apesar de receber nada menos do que 15 indicações. O filme foi produzido para a televisão, pela HBO e surpreendeu a todos.  "Temple Grandin” roubou a cena e levou sete estatuetas, incluindo melhor filme para TV, melhor diretor (Mick Jackson), melhor atriz (Claire Danes), melhor atriz coadjuvante (Julia Ormond) e melhor ator coadjuvante (David Strathairn).
A atriz Claire Danes desapareceu na pele de Temple Grandin, absorvendo para si mesma os tiques, o jeito de andar e o modo de falar, e a própria Temple presente no dia do prêmio confirma isso. Temple se veste de forma peculiar, tipo um “cowboy”, e se apresenta em todas as ocasiões dessa forma, tem uma fala monótona e uma andar desajeitado.

A história acompanha desde o período antes da entrada para a universidade, até o reconhecimento nacional de seu trabalho. Não é retratada sua infância, a não ser por algumas citações e lembranças. Temple, nasceu em 1947 e foi diagnosticada com pouco mais de 3 anos como autista, numa década onde ser autista significava ser internado para sempre. Sua mãe não aceitou o rótulo e confiou no potencial de Temple, enviando-a para escolas regulares, mesmo sendo constantemente ridicularizada na escola por colegas insensíveis. Seu jeito peculiar de pensar e seu comportamento anti-social e agressivo eram mal vistos por professores e colegas de escola na infância. Frequentemente brigava com outras crianças, mas superou essa fase e terminou o que chamamos aqui de segundo grau. 
Em férias no sítio de sua tia Anne, antes da ida para a faculdade, Temple se interessa por animais e a partir dessas observações desenvolve a sua “máquina do abraço”, que surpreendentemente foi baseada no “brete”,  um aparelho rústico que, apertado contra o corpo do animal, mantinha-o calmo antes do abate. Temple sabia que era disso que precisava. E a partir daí não sossegou até construir o seu próprio “brete”.  “As fixações podem ser canalizadas para fins construtivos. Remover a fixação pode ser uma imprudência”, diz Temple em sua autobiografia Uma Menina Estranha  (Cia. das Letras, 1999).

Temple formou-se em Psicologia, tendo mestrado, doutorado e pós-doutorado em Ciência Animal. Desenvolve um grande trabalho nas redes de proteção e amparo aos autistas, ministrando palestras pelo mundo todo, explicando e ajudando pais e educadores a entender o autismo, além de criar formas de 'humanização' para o abate de animais, tendo se tornado uma cientista de renome na área de engenharia agropecuária e de comportamento animal. Mais de 50% dos matadouros e criadores de gado americanos, incluindo o Mc Donald’s, utilizam os métodos humanos e designs que ela criou. 
Temple pensa em imagens e, segundo ela, isso foi primordial para o seu sucesso. Ela é incapaz de abstrair. Quando se vê diante de um estímulo, ela responde de forma diferente. Sua mente busca referências concretas, busca imagens e exemplos concretos do assunto tratado, seja uma mera menção a uma árvore, onde ela busca em sua cabeça todas as árvores já vistas, ou a mecânica envolvida na abertura de uma porta automática. Ela assume também que não conseguiria ter desenvolvido a maioria de suas teorias e projetos, não fosse por sua facilidade e sensibilidade de compreender as relações animais e seus sentimentos. Temple diz que sabe como os sentidos dos animais, em especial, do gado, funcionam e compara-os aos seus sentidos e sensações. Paradoxalmente, diz Temple, foi no matadouro que eu aprendi a dar afeto.




O filme dá esperança a pais e educadores e Temple fala sobre a importância desses em sua formação, dando os créditos de seu sucesso a sua mãe e a todos aqueles que acreditaram nela e nunca desistiram.

 

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

SOFTWARE EDUCATIVO PARA CRIANÇAS AUTISTAS

Recebi essa informação de Raphael Garcez, designer gráfico (site, e-mail: contato@raphaelgarcez.com), que possui interesse em ajudar terminar esse software, pois ainda esta em fase de projeto, já que não teve apoio público nem privado. As responsáveis são:
Alice Neves Gomes: Designer Gráfica, Universidade Federal do Amazonas
Claudete Barbosa da Silva: Mestra em Engenharia de Produção, Universidade Federal do Amazonas

As duas desenvolveram um software, baseado na metodologia TEACCH de ensino. O objetivo principal do Software é desenvolver a capacidade intelectual aliada a noções de organização, para que a criança autista possa habituar-se a uma rotina educacional. Ressalta-se que é imprescindível a presença de um adulto ou de um profissional da educação que auxilie nas operações, desde o primeiro dia de uso até o momento em que a criança autista se sinta confiante e aprenda a rotina. O software projetado possui um layout que atende as características comportamentais da criança autista ao evitar a complexidade, ou seja, não possui excessos em sua unidade compositiva, a harmonia visual é regular sem a sobreposição de elementos formais que exigem maior atenção para a leitura e compreensão. O jogo das cores e a mistura entre desenhos e fotos conferem um equilíbrio das forças na organização visual da tela.

 O personagem dialoga diretamente com a criança











                                        
                                                     
Horário de Atividades segundo TEACCH

A contribuição desta pesquisa está na inserção do Design enquanto importante recurso visual de comunicação, somando com estudos para a educação inclusiva, favorecendo a integração e o aumento na qualidade do ensino lúdico para crianças autistas.

Alguém quer ajudar? Entre e contato que passo o e-mail da Alice Neves Gomes, responsável pelo Projeto. 

VEJA O ARTIGO COMPLETO AQUI: SOFTWARE EDUCATIVO PARA CRIANÇAS AUTISTAS

 

REVISTA AUTISMO - EDIÇÃO NÚMERO 0

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Pais brasileiros criam a primeira revista de autismo na América Latina, com 100% de voluntariado.

REVISTA AUTISMO - EDIÇÃO NÚMERO 1

AGENDA PÚBLICA - REVISTA AUTISMO

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