quarta-feira, 17 de junho de 2009

UM OLHAR FALA MAIS QUE MIL PALAVRAS...

Já parou para pensar sobre qual é o meio mais rico e preciso de comunicação que existe? Pensou na fala? Errou! A fala nem sempre é precisa. Nem sempre ela transmite o que se quer dizer e se formos espertos e treinados podemos esconder nossa verdadeira intenção. Pensou na escrita? Errou também! A escrita não consegue transmitir emoções e nem sempre é interpretada igualmente por todos. Veja a Bíblia, que não me deixa mentir. Pensou em outros? Se pensou no “OLHAR”, acertou!

Como um olhar pode nos deixar felizes ou pode nos esmagar!
O olhar é muito mais do que uma função fisiológica, É uma linguagem forte. É um universo carregado de sentido que pode relatar o destino de muita gente e provocar alterações decisivas na vida. Sem o olhar do outro, não existimos e a maneira como somos olhados pode definir nosso destino. O olho é capaz de ver as imagens produzidas e estas podem voltar-se para o sujeito e perturbá-lo. É o velho ditado se fazendo valer: “O que os olhos não vêem o coração não sente!” Treinamos nossa fala, escondemos emoções na escrita, mas não temos controle sobre nosso olhar. Ele muitas vezes nos trai, nos perturba e aí o desviamos de nosso interlocutor,  pois sabemos que ele  pode saber a verdade se nos olhar de frente.

O olhar é estudado separadamente da expressão facial devido à grande importância que o mesmo tem na comunicação não verbal. O olhar tem um papel determinante na percepção e na expressão do nosso mundo psicológico. A variedade de movimentos possíveis com os olhos é ínfima quando a comparamos com as expressões faciais.
Sua importância é tão grande que é através do contato com o olhar da mãe que o bebê formará seu próprio sentimento de “eu”. É por meio desse contato com a mãe, do “olhar no olho”, que a criança desenvolve a concentração e se confronta com o diferente de si. É o seu primeiro espelho. O bebê depende do rosto da mãe, de suas respostas faciais, para começar a compreender o mundo. A criança, em presença do novo, do desconhecido ou do que provoca medo, se volta para encontrar no olhar da mãe, a interpretação ou confirmação daquilo que viu. Ela tenta prever a intenção da mãe, olhando-a em seu olho. Não bastam as dicas verbais, a criança necessita “olhar-no-olho” para se sentir segura, compreender o mundo e desenvolver habilidades de interação.
O olhar antecipa a fala e gera uma linguagem: o “manhês”. A mãe olha o bebê e lhe atribui um discurso. Ela fala com e pela criança. Assim, antes de a criança adquirir o domínio da linguagem, a mãe fala por ela, expressa suas necessidades, diz se está triste ou alegre, diz se gostou ou não. Portanto, não basta somente a palavra, o signo verbal, o olhar é também significante e imprime significações ao que se fala. Muitas vezes, tal gesto é imperceptível aos adultos, mas perceptível para o bebê. Através do olhar também vem o sofrimento. O bebê realiza a vivência da ausência da mãe pelo olhar. Ele percebe a mãe se ausentar do seu campo visual assim como lhe faz falta o olhar dela sobre ele. Sua primeira sensação “ruim” aparece e desaparece pelo “olhar”.

O olhar tem um papel variado na interação na vida adulta: o olhar regula o ato comunicativo, através do olhar podemos indicar se o conteúdo de uma interação nos interessa, evitando assim o silêncio; é uma fonte de informação, ou seja, as pessoas olham enquanto ouvem para assim obterem uma informação visual que complemente a informação auditiva; o olhar é uma forma de expressão das emoções, podemos ler no rosto das outras pessoas sem as olharmos nos olhos, mas quando os olhos se encontram, não sabemos somente como se sente o outro, mas também que ele sabe que nós conhecemos o seu estado de ânimo, por último, o olhar é demonstrador da natureza da relação interpessoal, ao encontrarem-se os olhares dizem qual a sua intenção e que tipo de relação mantêm.

No entanto, o olhar do outro marca sua presença por toda a nossa vida. Antes da criança estar apta a capturar, com a visão, qualquer estímulo do mundo, o olhar do outro a captura. Nos primeiros meses a mãe o “olha” constantemente. Tenta capturar por uns segundos sua atenção e se regozija ao ver sua pequena cria olhá-la. Prevê suas necessidades e as satisfaz. Embala-o, acaricia-o e busca constantemente o olhar do filho. Essa impressão primitiva de ser capturado pelo outro, através do olhar, permanece em nós na vida adulta. Há situações em que temos a impressão de alguém nos olhar mesmo quando estamos de costas para o outro; logo em seguida, voltamos nosso olhar para confirmar a impressão. Tais contextos confirmam a existência das impressões primitivas de que continuamos a ser capturados pelo outro através do olhar.
A criança, muito antes de tomar consciência de sua própria identidade, desvia o olho da mãe quando esse é repressivo ou punitivo. É como se aquele olhar pudesse nos ver por dentro, penetrar, ferir. Aí está a explicação para a sensação esmagante que certos olhares causam. Como se ele nos despisse e invadisse nossa intimidade.

Eu senti esse olhar hoje e ele me esmagou!!! Era um olhar carregado de indiferença, envenenado: que produz ameaça, displicente: que esquece o outro, intransigente: que cobra, evasivo: que evita. Era um olhar de PRECONCEITO!

terça-feira, 9 de junho de 2009

Tempo para ... Paciência!




Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não para

Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora vou na valsa
A vida é tão rara

Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
E o mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós

Um pouco mais de paciência
Será que é o tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (tão rara)

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para (a vida não para não)

Será que é tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (tão rara)

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida é tão rara (a vida não para não... a vida é tão rara... a vida é tão rara).

"Acho que Deus me deu um tempo pra eu ter PACIÊNCIA . . . !"

Obrigada,

Mariza

domingo, 7 de junho de 2009

Estou doente e voce?

Algo me intrigou muito na semana passada ao passar pela Perícia do INSS. Sim, eu estou “encostada” no INSS. Acho melhor dizer “amparada”, pois “encostada” me dá a impressão de “parasita grudado”, que suga ou algo “escorado”, que pode cair. Nunca um termo tão corriqueiro me incomodou tanto. Estou “amparada” recebendo o “meu” dinheirinho que eu deposito fielmente todo mês em forma de contribuição previdenciária e não "encostada" sugando algo que não me pertence!
Bem, mas não foi isso que me intrigou tanto e sim o fato de ao entrar na sala da perícia fui questionada sobre qual é a “minha doença”. Por um instante fiquei muda procurando um nome para minha doença. - "Estou doente e não sei o nome da minha doença", pensei, mas respondi: - "Estou em reabilitação por um acidente e não doente!" O médico levantou seus olhos para mim e nada falou. Me senti nessa hora muito “doente, impotente e encostada”.
Mas o que vem a ser doença? Não me sinto doente, enferma, nem com alguma afecção ou moléstia, mesmo o INSS me julgando assim. Mas resolvi dar uma olhada nos conceitos e ver se me encaixava em algo.
O termo Afecção provém do latim affectione, ação de afetar, influência; estado resultante da influência sofrida; modificação. Fiquei pasma, pois acho que possuo uma afecção, já que meu estado atual é resultante da influência do tombo. Já, Doença, em latim, era designada por morbus, donde mórbido, morbidade, morbífico, morbígeno, etc, e também por dolentia, de dolens, entis, particípio presente do verbo doleo, dolere, sentir ou causar dor, afligir-se, amargurar-se. Em latim estou doente, já meu estado pode ser chamado de mórbido e também porque senti muita dor, me afligi e até fiquei amargurada com a minha situação. Enfermidade corresponde ao latim infirmitas, atis, de infirmus, que, por sua vez, resultou da fusão do prefixo in (negação) + firmus, firme, robusto, saudável. Denota, portanto, debilidade, fraqueza, perda de forças. Enferma, com certeza também estou, já que minhas mãos não estão nem um pouco firmes e com força. Moléstia provém de igual palavra latina, molestia, que exprime enfado, incômodo, estorvo, inquietação, desassossego. Pensando por esse ângulo, tenho uma enorme moléstia que me causa tudinho o que a palavra exprime.
Assim sendo, cada uma das palavras têm seu conteúdo semântico próprio. Afecção expressa as modificações sofridas pelo organismo resultantes da ação de uma causa; doença traduz o sofrimento, a dor que acompanha os estados patológicos; enfermidade caracteriza o enfraquecimento, a debilitação do organismo; e moléstia reflete a sensação de desconforto e mal-estar que acompanha o estado mórbido.
E já que rotular é peculiaridade da raça humana ... Estou doente e não sabia disso! O pior é que também possuo uma afecção, uma enfermidade e uma moléstia e ninguém me disse isso.
Estou sem saúde também, já que alguns insistem em dizer que doença é ausência de saúde e vice-versa. Outros já falam que saúde é o perfeito bem estar do ser humano no meio onde vive de modo a satisfazer todas as suas necessidades básicas, e a doença é a falta de uma ou mais necessidade de modo a causar danos ao ser humano. Já que não estou em "bem estar", possuo uma doença e nem todas as minhas necessidades estão sendo satisfeitas, então estou mesmo sem saúde, coitada de mim ...
Mas não estou sozinha nesta. Acho que todos nós temos uma afecção, já que nossa vida é o resultado de várias influências sofridas. Somos também doentes, pois vivemos afligidos e amargurados. Podemos nos considerar também todos enfermos, já que nem sempre somos firmes e fortes. E por fim, somos uma legião de moléstias, já que o desassossego, o enfado e a inquietação nos acompanha constantemente. E nem todos têm saúde também, já que nem sempre podemos satisfazer nossas necessidades.
Sorte a minha ter tantos doentes me fazendo companhia. Já foram buscar seu auxílio-doença?


Mariza Helena Machado

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