Há muitos estudos que correlacionam o nosso humor a certos alimentos. Comprovadamente alguns alimentos são capazes de modular alguns de nossos neurotransmissores, substâncias químicas responsáveis pela comunicação entre as células. Esses neurotransmissores sempre devem estar em níveis adequados dentro de nosso cérebro e os alimentos podem interferirem negativamente ou positivamente nesse equilíbrio. Por exemplo, para que você se sinta feliz, disposto e tranqüilo, é fundamental que três elementos estejam em níveis adequados na massa cinzenta: serotonina, dopamina e noradrenalina. A serotonina é derivada do triptofano e os outros dois são produzidos com a ajuda da tirosina. Portanto, se faltam fontes de triptofano no prato, abrem-se brechas para a tristeza. Já a tirosina controla as nossas reações a estímulos de conteúdo emocional, ou seja, como vamos encarar os fatos que nos ocorrem.
Baseado nessas informações, estudiosos têm desenvolvido dietas restritivas ou complementares para tratarem o humor, e com certeza, as crianças que apresentam esses distúrbios, advindos do autismo ou do TDAH são muito beneficiadas.
Aqui no Brasil existem estudiosos investigando essa história. É o caso da neurocientista Patrícia Brocardo, da Universidade Federal de Santa Catarina e do professor brasileiro Ivan de Araújo, que trabalha com neurociências na Universidade de Yale, nos Estados Unidos.
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Os alimentos interferem também em outras áreas de nossa vida. Alguns podem provocar reações adversas, que vão da asma a problemas gastrointestinais, além dos comportamentais. A REVISTA VEJA de 05/02/11 publicou uma reportagem relacionando uma dieta restritiva e a redução dos sintomas do TDAH, onde pesquisadores tentam provar que alguns alimentos podem afetar negativamente o cérebro e provocar o transtorno de déficit de atenção.
O estudo foi feito com 100 crianças da Bélgica e da Holanda, todas diagnosticadas com TDAH. Elas foram divididas em dois grupos escolhidos aleatoriamente. Um grupo recebeu, por cinco semanas, uma dieta restritiva, sem alimentos processados, que incluía apenas água, arroz, carne, peras e vegetais. Depois foram introduzidos na dieta batata, trigo e mais frutas. O outro grupo recebeu apenas aconselhamento sobre alimentação saudável.
Das 41 crianças que completaram as cinco semanas de dieta restritiva, 78% tiveram uma redução nos sintomas e 22% (nove crianças) não apresentaram nenhuma melhora. “Chegamos à conclusão de que mudanças na dieta deveriam ser consideradas para todas as crianças com TDAH”, afirmaram os autores do estudo, realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Radboud e pelo Centro de Pesquisas sobre TDAH, ambos localizados na Holanda.
Embora não existam evidências conclusivas sobre o papel dos alimentos no desenvolvimento do TDAH, um dos transtornos neurológicos mais comum em crianças, há a suspeita de que comidas ricas em açúcar possam desencadear os sintomas e de que substâncias como aditivos alimentares tenham efeito sobre o comportamento infantil.
Diversas crianças dentro do espectro autista apresentam dificuldades gastro-intestinais como a constipação crônica ou a diarréia, inchaço ou desconforto. Muitas crianças também são sensíveis ou alérgicas a diversas comidas e substâncias. Uma grande parcela das crianças com autismo apresenta intolerância ao glúten (proteína encontrada em grãos como o trigo e a aveia) e à caseína (proteína presente no leite e laticínios). O sistema digestivo destas crianças apresenta dificuldade para digerir estas duas complexas proteínas – que acabam escapando para a corrente sanguínea como peptídios. A estrutura molecular destes peptídios lembra a dos opiáceos (por exemplo, a heroína e morfina) e parece afetar o cérebro de forma similar aos narcóticos. Crianças com intolerância ao glúten e à caseína costumam “viciar-se” em alimentos que possuem estas proteínas. Na verdade, algumas crianças não aceitam comer nada a não ser alimentos que contenham glúten e caseína, presas então em um ciclo de dependência bioquímica. A dieta isenta de glúten e caseína permite que a criança libere-se deste ciclo e interrompa a corrente de substâncias similares às opiáceas para seus cérebros. Também possibilita a implementação de uma dieta mais variada e nutritiva que beneficie a saúde e o desenvolvimento global. (mais informações no site INSPIRADOS PELO AUTISMO)
Portanto, vale a pena pesquisar!
VEJA TAMBÉM A REPORTAGEM DA REVISTA SAÚDE! é vital, COM MUITAS DICAS SOBRE ALIMENTAÇÃO E HUMOR.
BLOG DA CLAUDIA MARCELINO, mãe do Maurício que tem autismo e que já publicou um livro sobre o assunto e tem dicas preciosas sobre dietas sem glúten e sem caseína.
Oi menina querida ... já vim tantas vezes admirar seus trabalhos mas vc não aparece Mariza, mas hoje a foto do meu blog te dedurou e mostrou a sua passagem.
ResponderExcluirObrigado, continue cuidando deste blog lindo que é o seu.
Beijão do Zé Carlos
Mariza.
ResponderExcluirO texto é muito pertinente, como tudo aqui.
Seu espaço está evoluindo muito. Parabéns!
Felicidade e luz no seu caminho.
Boa noite, querida amiga Cláudia.
ResponderExcluirQue matéria boa... Adorei!!
Saber alimentar bem virou uma necessidade.
Um grande abraço. Tenha uma bela noite.
Obrigada pela visita amigos!
ResponderExcluirEsse mundo da blogosfera nos aproxima de tal forma que posso imaginar como é cada um de vocês.
Me delicío na "Casa do Zé Carlos", me sensibilizo com a profundidade dos textos e imagens do querido professor do Verde Vida e relaxo com as belas memórias da Maria.
Apareçam sempre. Beijos