quarta-feira, 29 de setembro de 2010

NOMES NADA CRIATIVOS PARA CANDIDATOS POLÍTICOS - MG

A respeito das origem dos nomes ou da linguagem humana, alguns estudiosos defendem a tese de que a linguagem foi criada a partir de uma comunicação gestual com as mãos.  Esse processo ocorreu de forma gradual e lenta. O homem primitivo, além dos gestos, começou a se exprimir também por interjeições e pela imitação dos ruídos dos seres ou animais que encontrava, numa palavra, pela onomatopéia. A partir de alterações no aparelho fonador, os seres humanos passaram a poder produzir uma variedade de sons muito maior do que a dos demais primatas. Os elementos constitutivos da linguagem são, portanto, os gestos, os sinais, os sons e os símbolos ou palavras, estes últimos criados para representar os conceitos, as idéias, os significados, os pensamentos e os nomes.  Acredita-se que antes mesmo da invenção da  escrita, os seres humanos já se faziam valer de imagens e sons para denominar coisas e seres, prática que remonta aos primórdios da história da humanidade.

 
Os nomes das pessoas foram criados, acredito eu, pela necessidade de identificação em primeira instância. Servem para nos identificar. Mas naturalmente foi muito mais pela necessidade de individuação, somadas a criatividade humana. 

 
O nome é o que identifica a pessoa numa sociedade. Do ponto de vista jurídico é essencial, pois é com ele que o indivíduo adquire bens, participa de associações, abre contas bancárias e tira documentos de identidade. Tem duas partes: o prenome (que é nome próprio) e o patronímico, ou nome de família, mais conhecido por sobrenome, que é adquirido por filiação, casamento ou via processo. Esse é o nome civil, atribuído à pessoa física e considerado um dos direitos fundamentais do homem desde o seu nascimento. O nome integra o indivíduo durante toda a sua existência e, mesmo após a morte, continua a identificá-lo. O nome, portanto,  tem as funções de particularização ou individualização.

No início da Idade Média, o nome pessoal era o nome principal da identidade. Ele era acompanhado de diferentes determinantes: da origem geográfica, da filiação (patronímico), de parentesco, de profissão. Durante a segunda metade da Idade Média na Europa, e mais tarde em outros lugares, o nome de família que acompanhava o nome da pessoa, passou a ter uma importância maior na identificação do indivíduo. Então o nome pelo qual a pessoa era conhecida passou a ser o prenome, que deveria vir acompanhado pelo nome de família.
Bem, o nome carrega parte dos traços de uma pessoa e muitas vezes consideramos que um certo nome não combina com uma certa pessoa, ou achamos que uma pessoa tem cara de Pedro ou Helena, ao invés dos nomes que carregam. Tenho uma amiga chamada Olívia e decididamente acredito que seu nome não lhe cai bem. Talvez na minha cabeça, ou da maioria das pessoas, imaginamos a Olívia como uma pessoa esbelta, o que não é o caso da minha amiga Olívia, um pouco cheinha e baixinha. Será que nos deixamos levar pela imagem da Olívia Palito do Popeye? 
 
 
Nome é algo que deve ser muito bem escolhido, pois acompanhará a pessoa por toda a vida e será seu cartão de visitas. Eles criam personalidade própria, uma forma, uma imagem. Nomes muito comuns e até os mais incomuns, tendem a desenvolver apelidos, como o Zé da Neuza, a Maria da Igreja, o João da Feira, o Fred, a Tuca, etc., pois quem os carrega necessita definir melhor sua pessoa, ou seja, necessita individualizar.

Não sei se o nome escolhido pelos candidatos políticos  são uma tentativa de buscar uma individuação ou um retrocesso. Basta observar os nomes dos candidatos  que concorrem uma vaga na política esse ano. Voltamos à Idade Média, onde os nomes definiam os lugares e as profissões de quem os carregava, e os candidatos estão usando novamente essa forma. Se referem a si pela função que ocupam, pelo lugar onde trabalham, por apelidos nada humanos ou por bichos.
 
 
 
Então vamos ver o exemplo dos candidatos a Deputado Federal por Minas Gerais. Classifiquei-os em:

1.           OS QUE SE IDENTIFICAM POR ANIMAIS:
- Jorge PERIQUITO
- Cabo COELHO
- Dr. GRILO
- LOBO
- CORDEIRO
- Léo do PEIXE

2. POR FUNÇÃO:
- Juninho do ARTESANATO
- Reginaldo do SHOP EVANGÉLICO (SHOP mesmo)
- Geraldo FOTÓGRAFO
- William do EXPRESSO
- Tiãozinho do SINDICATO
- Felício CARRETEIRO
- Humberto BOMBEIRO
- Celim do METRÔ

3. POR PERSONALIDADES:
- MILTON NASCIMENTO
- JUSCELINO JK
- QUERUBIM
- RAINHA DA PAZ
- Jorge CRISTO
- Antonio HULK
- CIGANO
- Mardelene da ROSA DE SARON

4. POR COMIDA:
- COQUINHO
- CHOCOLATE
- CANJIQUINHA

5.  OS SEM NOÇÃO:
- Vadinho SETE BÓIA
- João RASGADO
- RALADO
- Diana das TORRES GÊMEAS
- Sisi QUARESMA
- Zé da CERCA
- Euclides EXPERIMENTA
- Tião CASCUDO
- Hassib DO POVÃO

6. E OS SEM IDENTIDADE:
- FININHO
- CARECA
- SÓ ALEGRIA
- NEGO ANJO
- RAÇA CABELEIREIRO
- SEVERA
- ADÃO DA CONCEIÇÃO

Candidatos a Deputado Estadual

1.           OS QUE SE IDENTIFICAM POR ANIMAIS:
- Diosquerida VETERINÁRIA
- Marlon COBRINHA
- Marcos SABIÁ
- João ANGOLA
- FORMIGÃO
- PARDAL Vieira
- RATINHO

2. POR FUNÇÃO:
- Tomaz da DESINTUPIDORA ROLA B
- Toninho da EVANGELIZAÇÃO
- Guilherme da FACULDADE
- William PADEIRO
- Balbino da AMBULÂNCIA
- Ni do FERRO VELHO
- Geraldo Bessa, O AÇOUGUEIRO
- João do EXTINTOR
- Adilson SERRALHEIRO E CORRETOR
- Zé RAIZEIRO

3. POR PERSONALIADES:
- LULA
- CHICO BENTO
- PETY SOCILA
- Eugênio JANEQUIM
- TJ
- KATE MARRONE
- Eduardo D’OXOSSI
- Guedes MISTER M
- Mestre WOLVERINE
- RONALDINHA
- Batista da SARON

4. POR COMIDA:
- BALA
- Saulo da PAMONHA
- Milton PÃO VÉIO
- BROINHA
- CANECÃO

5. OS SEM NOÇÃO:
- Wallace FUMAÇA
- Zé QUADOR (não sei se ele se refere a COADOR ou COM A DOR)
- Carlinhos CONTRA A PEDOFILIA
- Juvenal DEHZZ (acho que ele quis dizer DEZ)
- TUPETE
- MÃO LIMPA
- Roulian ENTÃO TÁ
- Rodnei ACORDA POVO
- Onofre O TOCA FITA
- Tullio SONHADOR
- Osvaldo BILISQUETE
- Everaldo IRMÃOZASSO
- Aldou “A SURPRESA”

6. E OS SEM IDENTIDADE:
- Zé do NÔ
- COTONETE
- VAVÁ
- CHUMBINHO
- ZÉ NINGUÉM
- NINGUÉM
- PRETO VERDADEIRO, O PRETÃO
- GORDO FELIZ
- CANECÃO
- VIOLA
- TETECO
- CACAZINHA
- Célia DOS BAMBAS
- Carla DOS PIONEIROS

Bem, esses são alguns exemplos de candidatos inscritos por Minas Gerais. (veja no site http://www.eleicoes2010.info/) E no seu Estado? Já teve a curiosidade de olhar?
Isso é o BRASIL, um País sério, concordam comigo?

terça-feira, 28 de setembro de 2010

FIOCRUZ DESENVOLVE EXAME PARA DIAGNOSTICAR AUTISMO

Diagnóstico do autismo

O Instituto Fernandes Figueira, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), desenvolveu uma metodologia para a elaboração de diagnóstico da síndrome de autismo por meio de exames laboratoriais com aparelhos de eletroencefalograma computadorizado.

Já utilizado no diagnóstico de outras síndromes, o exame amplia e mede as correntes eletromagnéticas no cérebro em diversas freqüências (de 3 a 27 hertz) e permite verificar as ligações entre os grupos de neurônios. Segundo os pesquisadores da Fiocruz, as vantagens do exame são custo acessível e disponibilidade da tecnologia em vários hospitais e postos de saúde no Brasil.

Hemisfério cerebral direito

De acordo com o coordenador da pesquisa, o neurologista infantil Adaílton Tadeu Alves de Ponte, a análise de dados já permitiu verificar que as respostas no hemisfério cerebral direito têm uma amplitude menor que o esquerdo, ou seja, "há uma deficiência de ativação do hemisfério direito em relação ao hemisfério esquerdo, quando se compara com as crianças que não apresentam o mesmo problema".


                                                                                                                                    Segundo o médico, o hemisfério direito está associado às funções socioafetivas, emocionais, de empatia e de percepção do contexto e compreensão social, enquanto o hemisfério esquerdo é mais envolvido com o cálculo e o raciocínio.

Estimativas internacionais mostram que a ocorrência da síndrome pode ser de uma em cada 500 crianças até uma em cada mil crianças. O autismo tem uma incidência maior sobre meninos - 70% das pessoas com autismo são do sexo masculino.

Causas do autismo

Adaílton Tadeu explica que a ciência ainda não sabe porque ocorre o autismo. O grupo de pesquisa trabalha com a hipótese de que é um fenômeno de causa genética, associada a mecanismos alérgicos não identificados e desenvolvidos ainda no útero, durante a gestação. Esses processos desencadeiam inflamação que altera o desenvolvimento do cérebro e as ligações no hemisfério direito.

A síndrome do autismo foi descoberta simultaneamente, na década de 1940, por dois médicos de origem austríaca, que trabalhavam separadamente: Leo Kanner, erradicado nos Estados Unidos, e Hans Asperger, que permaneceu na Europa durante o período da Segunda Guerra Mundial. A palavra autismo foi criada pelo psiquiatra suíço Paul Eugen Bleuler para descrever a "fuga da realidade" observada em alguns indivíduos.

Sintomas do autismo

Segundo o Ministério da Saúde, há grande variabilidade de sintomas autistas (espectro), sendo possível identificar desde pessoas muito comprometidas até pessoas com alto grau de desempenho e com habilidades especiais (os chamados asperger, em homenagem a um dos descobridores da síndrome).

Na rede pública, o atendimento às pessoas com autismo deve ser feito em um dos 1.300 Centros de Atenção Psicossocial que, segundo o ministério, contam com equipes multiprofissionais (médicos, enfermeiros, psicólogos, psicopedagogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, professores de educação física).

sábado, 18 de setembro de 2010

Filmes que você não pode deixar de ver! 13. MARY AND MAX

13. MARY and MAX - Uma Amizade Diferente, 2009
De Adam Elliot
Elenco: Vozes na versão original de Toni Collette, Philip Seymour Hoffman, Eric Bana, Barry Humphries. Austrália, 2009

Mary and Max é baseado em fatos reais. O diretor usou sua própria experiência e de um amigo Aspie com o qual se correspondeu por muitos anos. O filme foi desenvolvido com a técnica do stop-motion e finalizado com a ajuda da computação gráfica.  Trata-se de uma animação, aquelas de massinha como A Fuga das Galinhas entre outros, e conta um pouco da vida dos personagens que dão título ao filme, Mary e Max. É quase que todo narrado e com poucos diálogos.
O filme acompanha dois personagens solitários, cujas vidas se cruzam pelo maior dos acasos: uma página aleatória aberta em uma lista telefônica. Motivada por uma dúvida infantil, a australiana Mary Daisy Dinkle, 8 anos, decide escrever ao nova-iorquino Max Jerry Horowitz, um judeu de 44 anos.  Junto à carta, alguns desenhos, uma barra de chocolate e a dúvida: "de onde vêm os bebês nos Estados Unidos?". Mary um dia perguntou aos seus pais de onde vinham os bebes, e foi o seu avó quem lhe respondeu, ele disse a Mary que os bebes eram encontrados por seus pais no fundo de copos de cerveja. Daí o motivo de sua dúvida. A correspondência inocente muda a vida de ambos para sempre, iniciando uma história em 1976 e transcorrendo por quase duas décadas. Na troca de cartas, Mary confidencia detalhes de sua rotina como o bullying que sofre na escola, sua paixão pelo desenho Noblets que passa na TV e o conforto que encontra em uma lata de leite condensado, enquanto Max revela seus três objetivos na vida: conseguir a coleção completa de bonecos dos Noblets, da qual também é fã, ter um estoque de chocolates e encontrar um amigo.



Mary é gordinha e possui uma marca de nascença na testa, que, segunda ela própria, tem cor de cocô. Também é desajeitada e muito curiosa.  Sua mãe é uma alcoólatra depressiva e seu pai trabalha numa fábrica de pregar cordões nos saquinhos de chá e nas horas vagas se enterra no porão empalhando animais.


Max já é um senhor, vive em Nova Iorque e freqüenta os vigilantes do peso e seu Psiquiatra. Extremamente ansioso e tímido, passa a vida sozinho. Ele tem a Síndrome de Asperger, mas prefere ser chamado de Aspie. Vive recluso em sua casa, não entendendo as reações e atitudes das pessoas, principalmente o fato de jogarem bitucas de cigarro no chão. Se balança sem cessar quando se defronta com algo diferente e possui uma dificuldade enorme em entender as expressões faciais, tanto, que carrega um mini caderninho com as principais expressões faciais das pessoas. É viciado em cachorro quente e chocolates. Ambos são cheios de pensamentos filosóficos sobre a vida, que só diferenciam-se pela diferença etária. 


Mary e Max é uma dessas agradáveis surpresas que o cinema nos presenteou. Abriu o Festival de Sundance, ganhou o Crystal Bear (prêmio para a nova geração) no Festival de Berlim 2009, entre outros.
O filme critica a sociedade “autista” e do pouco contato em que vivemos,  mostrando os vícios e as fobias dos personagens, não só dos protagonistas como também dos coadjuvantes.  Mary e Max é uma viagem que explora a amizade, o autismo, o alcoolismo, de onde vêm os bebês, a obesidade, a cleptomania, a síndrome do pânico, o suicídio, o desemprego, a diferença sexual, a confiança, diferenças religiosas e muito mais. Sem esquecer em alguns momentos de dar umas cutucadas nas questões ambientais.












Mary cresce, se gradua em Psicologia e usa a experiência da amizade para publicar um Manual sobre a Síndrome de Asperger. O que acontece quando as duas visões de mundo se encontram é tristonho, mas profundo e muito bonito.
Essa amizade acaba se tornando uma grande jornada de compreensão, um do outro, de si mesmos, da vida e do mundo que os cerca, mesmo que distorcido pela visão asperger de Max e a visão infantil e depressiva de Mary.
Uma frase, aparentemente simples, dita pelo médico de Max, Dr Hazelhof, resume o filme: “a vida de todo mundo é como uma longa calçada. Algumas são bem pavimentadas, outras (…) têm fendas, cascas de banana e bitucas de cigarro”.




Outra característica interessantíssima da animação é a forma como expõe as cores. O mundo de Max é em preto e branco, pois ele vê tudo em escalas de cinza. Já Mary vê tudo em marrom, por isso sua parte é retratada assim. 
 




Os temas do filme e a forma como são abordados deixam claro que não se trata de um filme para o público infantil, tanto que a classificação é para crianças acima de 12 anos.
Mas o que mais me chamou atenção foi que o diretor, Adam Elliot, ganhou o Oscar de melhor Curta de Animação em 2003 por outro desenho: Harvie Krumpet. É a biografia de um homem bizarro chamado Harvie Krumpet, que nasceu com Síndrome de Tourette e teve uma inância triste e solitária (depois que eu ver passo para vocês). 
 Um dos melhores filmes que já assisti sobre a Síndrome de Asperger. A sensibilidade com a qual o diretor trata os temas presentes no cotidiano e a discriminação é digna de parabéns!

REVISTA AUTISMO - EDIÇÃO NÚMERO 0

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Pais brasileiros criam a primeira revista de autismo na América Latina, com 100% de voluntariado.

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